domingo, 12 de abril de 2009

A morte


Ontem assistimos novamente Philadelphia, filme de 1993 com Tom Hanks e Denzel Washington. Não surpreendentemente, comecei a pensar na morte e fui levado ao final da vida do meu pai. O dia 20 deste mês marca o quinto aniversario de sua morte em um hospital no interior de São Paulo.

No caminho do enterro, minha mãe disse: "Devemos celebrar a vida dele como os irlandeses fazem." (O termo que ela usou foi 'Irish Wake'.) Perguntamos todos o que ela queria dizer, e ela respondeu: "Quando um irlandês morre, após o enterro os parentes vão à casa da família do falecido e fazem uma festa. As pessoas contam histórias engraçadas e momentos divertidos da vida do morto. Após muita risada, bebedeira e freqüentemente uma briga, todos vão para casa."

Achamos a idéia boa, excluindo a parte da briga. Fomos para a casa da minha mãe, sentamos na varanda e lembramos a vida do meu pai enquanto minha esposa, mãe, meus irmãos e minhas cunhadas tomaram cerveja, whisky e coisas do gênero (eu e minha sobrinha não bebíamos na época, então participamos apenas da conversa).

Passamos horas lembrando a vida dele. Foram contadas histórias que eu não conhecia, trechos novos para histórias que eu já conhecia e demos muita risada. Foi um momento de saudades, mas acho que celebramos a vida do meu pai. Minha sobrinha até comentou como estávamos tratando a morte dele de forma diferente à que ela tinha visto, na qual todos ficavam chorando constantemente.

Apesar da falta que meu pai faz e da tristeza que foram os últimos dias de sua vida, passados em um leito hospitalar, conseguimos suavizar um pouco o momento. Depois disso, lembrei uma idéia que tinha quando era mais novo: deixar preparada uma festa para o final da minha vida. Assim, quem quiser celebrar minha morte pode, e aqueles que quiserem celebrar minha vida também terão a oportunidade!!

Se alguém estiver interessado em fazer um Irish Wake, este link dá algumas dicas! Nós não seguimos todas, só a parte da celebração da vida.

Tendo lidado com nascimento e morte, acho que agora posso passar ao que existe entre estes dois extremos!

Um comentário:

  1. Adorei essa história de Irish Wake! Tenho pensado muito nessa questão, sobre como lidamos mal com a morte. Ok, é difícil mesmo. Mas se todos sabemos que esse é o nosso destino final, porque não mudar a forma de encará-lo?

    Também já disse ao Jadyr que, caso eu vá desta para uma melhor antes dele, que ele proíba minha família de usar músicas como "Segura na mão de Deus" e mande ver numa Ivete Sangalo cantando "E vai rolar a festa!!!" hahahaha

    Porque vai mesmo. Vou fazer a maior festança no ceú.

    Tô curtindo o brógui!

    beijosss

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